sábado, 4 de agosto de 2012

SEM PACIÊNCIA PRA ALGUMAS PROVAS

Hoje fiz a primeira parte da prova para o TCE-RJ, e me dei conta de outro fator importantíssimo na vida de um concurseiro. Acho que já falei sobre isso, mas enfim. Esse talvez seja o fator mais importante de todos, o mais essencial, o mais básico, o mais primordial: motivação pessoal.


Existem diversos fatores que podem colaborar com o sucesso na aprovação em um concurso público, dentre eles: dinheiro (seja ele na forma de estoque pessoal, ou uma remuneração qualquer que seja ela, como salário, pensão, mesada, etc), tempo disponível para estudar, disciplina nos estudos, estratégia adequada, acesso à informação/material de qualidade, experiência acumulada, treino/prática e o que eu já comentei: motivação.


Digo isso porque hoje estava sentado na cadeira fazendo a minha prova, e eu só pensava em acabá-la o mais rápido possível, me livrar daquele "problema", sair dali o quanto antes, ir pra casa, etc. Fui tomado por um sentimento de impaciência muito grande, como se estivesse cumprindo com uma mera obrigação, e isso na hora da prova acaba causando muitos erros por falta de atenção. 


De nada adianta fazer a prova sem estar imbuído do verdadeiro espírito do concurseiro guerreiro, que tem gana de ler cada questão, vontade de vibrar com o fato de saber aquele conteúdo com muita certeza.


No meio da prova, quando parei pra refletir sobre a minha impaciência, tentando descobrir porque é que tinha que ler cada questão duas, quatro, cinco vezes até entender o que estava sendo perguntado, é que entendi o que estava acontecendo. E aí comecei a me recordar de quando fiz a última prova para Agente da PF este ano, e reparei a diferença absurda entre as duas. Na prova da PF eu estava super compenetrado, com o "sangue nos olhos", com a atenção muito mais focada na prova. Nesta prova eu estava desatento, com sono, bocejando, sem paciência e com vontade de ir embora.


Isso aconteceu porque, primeiro, esse concurso do TCE não é meu objetivo principal, não é o lugar em que eu desejo muito trabalhar. Além disso a quantidade de vagas é ridícula -- 5 vagas somente, ou seja, muito difícil de passar. A banca também não é a mesma banca das provas que eu vou prestar (eu tinha feito a prova mais como um treinamento, um simulado). Além disso alguns assuntos estavam totalmente fora do meu rol de matérias estudadas. Ou seja, a minha motivação para estar ali fazendo aquela prova era quase zero.


Mas será que valeu a pena ter ido fazer a prova?


Acho que no final das contas, sim. Genericamente falando, porque é bom estar submetido ao processo de fazer provas, ir até o local, sentir o cansaço físico após 5 horas seguidas sentadas numa cadeira, etc. Especificamente, sobre os temas da prova, sim, alguns deles são objetos do meu estudo (ex: Português, Direito, AFO), então a prova serve como um "simulado".


Mas uma coisa que eu tirei de lição desta vez foi o seguinte: se for pra fazer a prova meramente (ou principalmente) como um simulado, e se tiver matérias importantes e não importantes juntas, é melhor começar a prova pelas matérias importantes, as que são objeto do simulado, e portanto dedicar mais tempo a elas. Além disso, no início da prova a mente está mais relaxada, a paciência está maior, então é melhor fazer as questões que realmente interessam logo no início, e só depois fazer (ou não? heheheh) as que sobrarem.


O que aconteceu nessa prova do TCE foi que eu fiz a prova de Direito, que me interessava mais, do meio para o final quando já estava cansado e sem paciência, e com menos tempo de prova sobrando, então acabei não aproveitando a oportunidade para analisar os temas com mais profundidade, com mais calma.


Da próxima vez então, se for pra fazer uma prova como um mero simulado, tenho que levar isso em consideração. 


E também ter a consciência de que, se por acaso surgir um sentimento de impaciência, é por causa da "não importância" ou de uma menor importância daquela prova como objetivo de vida, pois trata-se apenas de um simulado de algumas das matérias. A importância de adquirir tal consciência é no sentido de não achar que se está desmotivado, ou que há algum problema nos estudos. Esses simulados têm que servir para ajudar, e não para atrapalhar. 


Ou seja, não rola de ficar puto que perdeu um domingo inteiro numa sala de aula quente pra fazer um monte de questões de assuntos aleatórios pra um concurso com um salário baixo de uma banca que não tem nada a ver. Tem que mudar a estratégia, com a resolução das questões importantes antes, e ter a plenitude de consciência de que aquilo é apenas um teste, e mesmo que fique puto, entender o motivo, de forma a não prejudicar o bom andamento do processo de estudo ao longo do tempo. Isso é o mais importante.

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