terça-feira, 26 de novembro de 2013

FASES DA VIDA DE CONCURSEIRO

Todo concurseiro passa por diferentes fases de aprendizado e maturidade na caminhada para o sucesso no concurso público. É engraçado de ver como a gente aprende, de verdade, com esse processo. Muitas vezes a gente só se dá conta de que realmente existiu tal "fase" depois que passamos por ela, e aí conseguimos enxergar claramente que ela de fato ocorreu, e aí podemos rir da nossa ingenuidade no passado, e nos orgulhar de como evoluímos depois de passar tanto perrengue. 

Acredito que se eu lesse um post como esse há alguns anos atrás eu acharia que seria "balela", e que facilmente poderia transpor esse obstáculos com muito mais facilidade, pois confiaria plenamente na minha capacidade intelectual. Só depois de sofrer na pele é que a gente entende que realmente o buraco é bem mais embaixo. Hoje em dia vejo que uma das grandes virtudes do concurseiro é a humildade. 

A humildade te ajuda a subestimar menos o desafio que terá pela frente, e assim ser capaz de ouvir mais conselhos de pessoas experientes, trocar mais materiais de estudos (sem pirataria), estudar a maior quantidade de horas por dia que conseguir (pois o humilde reconhece que o desafio é muito grande, muito maior que sua capacidade atual), focar e concentrar mais na missão que tem pela frente, que não é nada fácil. Mas, enfim, vamos às possíveis fases que o concurseiro passa durante sua árdua maratona.

Fase 1 (ouvindo falar sobre concurso) - Nessa primeira fase, ainda tomando contato inicial com algumas informações bem isoladas sobre concurso, o aspirante a concurseiro tem alguns amigos que passaram para concurso público, e ainda não procurou se informar direito com eles sobre o quanto eles estudaram, apenas sabe que eles passaram, mas não tem a menor ideia do quanto estudaram, e por isso tende a acreditar que foram poucas horas. Até porque quem passa em concurso não necessariamente é o mais inteligente do grupo, ou o que tirava as melhores notas no colégio, então o camarada tende a enxergar o concurso como algo que é facilmente atingível por uma pessoa mediana, sem precisar estudar muito, com base nesse seu amigo que nunca foi muito esforçado NO PASSADO. Ou seja, nessa fase o cara não é concurseiro ainda, mas já OUVE FALAR algumas coisas sobre concurso, não entende nada do assunto ainda, não conhece os cursinhos, não sabe quais as matérias que caem, não tem ideia da dificuldade de cada banca, de cada instituição, etc. Nessa fase ele apenas acha que concurso é coisa da moda, que é fácil de passar, e que ele um dia vai acabar se inscrevendo em um concurso, vai lá fazer a prova apenas de posse do seu bom-senso e do seu conhecimento acumulado de colégio/faculdade e vai se dar bem. Nessa fase ele ainda acha que concurso não é pra ele, é pra vagabundo que não quer trabalhar, que quer vida fácil, e acha que a qualquer momento, se encher o saco do seu trabalho atual, poderá passar num concurso público com facilidade, assim como seus amigos burros/vagabundos fizeram.

Fase 2 (tentando alguns concursos) - Nessa fase o camarada já está com o saco um pouco mais cheio do chefe, e já está cogitando fazer concurso público, e tem a convicção de que é mais inteligente que todos seus amigos que já passaram em concurso, e por isso vai passar bem rápido, em apenas 6 meses, facilmente. Já procura saber quais concursos estão rolando na sua região, sem se importar muito com a função que exercerá no cargo, mas somente analisa o LOCAL de trabalho (cidade), qual o SALÁRIO, e algumas vezes chega a olhar a quantidade de vagas oferecidas. Acha que isso é suficiente para escolher como vai fazer para direcionar a sua vida daqui pra frente. Filtra os concursos públicos que aparecem na Folha Dirigida com base nessas três informações apenas, e já chega a se inscrever para os concursos que pagam os melhores salários. Mal olha o edital, dá uma olhada bem superficialmente, quase que DE CURIOSIDADE, em quais matérias cairão na prova, e acha que "dá pra passar". Não tem nenhuma estratégia definida, escolhe os concursos com base nessas informações, não se prepara em nada, não tem nenhum livro, não estudou nada, e nem pretende. Às vezes, mas muito raramente, já pega um determinado assunto do edital, normalmente o que tem mais afinidade/facilidade, e dá uma revisada INICIAL na matéria, mas perde logo a paciência e deixa de lado. Algumas vezes nem chega a ir fazer as provas para o qual se inscreveu e pagou a taxa de inscrição. Algumas vezes, chega a ir fazer a prova. Sai da prova sem ter muita noção se foi bem ou mal, mas normalmente acha que foi BEM, por absoluta falta de propriedade do assunto.

Fase 3 (se ferrando nas provas) - Nessa fase, o camarada já se inscreveu em algumas provas, fez algumas delas, sempre SEM ESTUDAR, e se ferrou em TODAS. Apesar de ter saído das provas com uma sensação de ter mandado bem, confiando no seu "excelente bom senso", normalmente nem obteve a pontuação mínima pra não ser eliminado. Daí o cara começa a ficar revoltado com a banca, acreditar que tem fraude no concurso, começa a ver as pegadinhas que tem nas perguntas, a maldade da banca, e o tamanho do buraco de cada matéria. Se for uma matéria tipo Direito ou Administração, ele vê que o bom senso não adianta em nada, pois as questões tem pegadinhas, e é necessário bem mais que isso pra marcar a resposta certa. Se for matéria que tenha conta matemática envolvida, tipo Estatística, Matemática, Física, Economia, Contabilidade, etc, ele tenta fazer as questões por tentativa e erro, pela lógica, mas é óbvio que nada disso é suficiente pra mandar bem numa prova deste tipo, ainda mais pra competir com alguém que está todos os dias estudando há anos aquele assunto, revisando, treinando, tirando dúvidas com professores e amigos, assistindo aulas, fazendo simulados. É muita pretensão mesmo alguém achar que vai passar nas provas de concurso público sem estudar nada. Mas tem muita gente que pensa assim, e chega até essa fase. O que acontece é que aqui nesse ponto acontece uma coisa interessante: há a divisão do joio e do trigo. É neste ponto em que o camarada segue um dos dois caminhos possíveis: ou desiste pelo cansaço, pois não tem disposição/tempo/dinheiro/inteligência (inteligência! viu só? hehehe) para estudar pra concurso, ou aceita o desafio e COMEÇA a enxergar a coisa de uma forma diferente, e a correr atrás do prejuízo. Normalmente 90% das pessoas seguem o caminho da desistência, pois é o mais fácil de todos. 

Fase 4 (o concurseiro interessado) - Nessa quarta fase, quem chegou até aqui está dentro dos 10% que não desistiram ainda, e que se sentiram realmente desafiados pelo concurso, e acham que são capazes de se superar. Nessa fase o camarada já está pensando em largar o atual trabalho para se dedicar 100% aos estudos, mas ainda não fez isso, porque acha que se estudar um pouquinho aos sábados já vai conseguir a aprovação. Não tem método de estudo organizado, tem pouquíssimos livros ou apostilas, não estuda todas as matérias que caem no edital (só as que gosta mais, que tem mais afinidade). Se faz cursinho, é online, e mesmo assim não assiste nem 10% das aulas (geralmente nessa fase o cara joga muito dinheiro no lixo). Costuma-se dizer que esse é um INTERESSADO em passar no concurso público, mas ainda NÃO COMPROMISSADO, pois ainda não abriu mão de muitas coisas da sua vida, como suas horas de lazer nos dias de semana à noite e nos finais de semana. Ele acha que consegue passar no concurso fazendo o MÍNIMO POSSÍVEL de esforço. Já faz as provas com mais afinco, mas continua não conseguindo fazer o mínimo para não ser eliminado. Já chega bem perto do mínimo, algo em torno de 2 pontos, e acha que está bem próximo, mas ainda está beeeeeem longe. Talvez em um concurso ou outro mais fácil já consegue fazer mais do que o mínimo para não ser eliminado, e já tem o hábito de falar para seus amigos e familiares que "PASSOU MAS NÃO FOI CHAMADO", que é a piada mais ridícula que eu já ouvi da boca de alguém. Aliás, tem um post meu específico sobre isso, que entra em todos os detalhes que levam uma pessoa a pensar dessa maneira, e sair falando por aí que "passou mas não foi chamado", ou "passou mas não foi classificado". Ora, só passa no concurso quem é nomeado... Eu hein. Mas enfim, pra finalizar, o cara ainda não tem uma estratégia definida, e continua atirando pra todos os lados, se inscrevendo para os concursos ainda com base naqueles critérios de salário, local de trabalho e vagas. Ao final dessa fase o cara começa a ficar muito puto, sem entender porque é que não está conseguindo passar, mesmo tendo adquirido livros e cursos (mesmo sem sequer abri-los), e estudando um pouquinho no final de semana, mas ainda enchendo a cara 4 vezes na semana, sem dormir direito, sem abrir mão do lazer, sem estratégia, sem método, sem mergulhar de cabeça nesse sonho.

Fase 5 (início do concurseiro profissional) - Nessa quinta fase o cara começa a estudar ALGUMA COISA. Alguns que realmente compraram o desafio já pedem demissão dos seus atuais empregos. Mas mesmo que não peça demissão imediatamente, já considera a "chave" como estando totalmente virada, ou seja, está num caminho sem volta para o concurso, e sabe que alguma hora vai acabar pedindo demissão, seja antes de passar (para estudar mais) ou depois de passar (quando for trocar a vida privada pela pública). Nessa fase os investimentos pessoais começam a ficar mais pesados. É muito difícil alguém chegar nessa fase, porque tem que ter uma mudança muito radical de atitude. Geralmente o cara começa realmente a ler os livros que comprou, a assistir os cursos online que adquiriu, muitas vezes começa a fazer cursos presenciais, ter contato mais frequente com outros concurseiros, conhecer os melhores professores, a fazer resumos, etc. Aqui também há uma mudança na atitude com relação à escolha do concurso que quer fazer. A experiência já diz a ele que não adianta atirar para todos os lados, pois as bancas são muito diferentes entre si, as matérias dos concursos, por mais que sejam "parecidas", são diferentes. Mesmo as matérias em comum são abordadas de formas diferentes, não dá pra estudar pra todas elas ao mesmo tempo. Há um aumento significativo no foco, pois "quem estuda pra todas as provas não estuda pra nenhuma", é muito difícil passar num concurso sem estar focado em alguma banca, em alguma instituição, ou num grupo de matérias. Daí então o cara já tem que ter decidido aqui se quer estudar pra empresa pública/SEM (ex: Petrobras/BR, Correios, Casa da Moeda), se quer estudar para alguma Agência Reguladora, ou pra Tribunal, pra Área Policial, Área Fiscal, etc. Ou seja, desse ponto em diante o cara começa a se tornar um sniper. Ainda está longe de ser um, mas começa a focar numa determinada área. Se aparece algum concurso bom de uma outra área de estudo, ele às vezes ainda vai lá fazer a prova, mas já tem a convicção de que se passar será por pura sorte, pois não está estudando especificamente para aquela banca, para aquela instituição. Nesse ponto aqui o concurseiro já pode ser chamado efetivamente de concurseiro, pois já tem uma bagagem de mais de um ano de estudo, ou algo em torno disso. Ainda não abdicou 100% das atividades paralelas que dificultam a realização do seu sonho, como o lazer, a família, o atual trabalho, o álcool no final de semana, as festas, os amigos, etc. Mas já deixa de ir a determinados compromissos para estudar, para dormir cedo, etc.

Fase 6 (o concurseiro compromissado) - Essa é a fase final que o concurseiro atinge. Daqui em diante, ele não está mais "interessado" em passar no concurso, ele já está totalmente compromissado com isso. Quase que 100% das pessoas nessa fase já largaram seus empregos para se dedicar exclusivamente ao estudo. A sua única prioridade é estudar, e todas as outras atividades são secundárias, de menor valor e importância. É aqui que se aprende a dizer NÃO para o chopp de quinta-feira e para a noitada de sexta-feira. É aqui que se aprende a dormir cedo, acordar cedo, dormir poucas horas por dia. É aqui que os livros de auto-ajuda são devorados (tipo Alex Meirelles, William Douglas) e colocados em prática de acordo com cada realidade, ou seja, onde se experimente o que dá certo e o que não dá. A grade de estudos é fixa, a parede de casa é cheia de papéis com resumos, frases de feito. É neste momento que some-se do mapa, os amigos são vistos com menos frequência, a namorada começa a reclamar, a cor da pele começa a ficar cada vez mais clara devido à falta de sol. Suplementos alimentares são cada fez mais adquiridos (cafeína, guaraná, ginseng, etc). A pessoa começa a ser chamada pelo nome pelos professores, começa a ter vários amigos concurseiros, já frequenta bibliotecas (bate cartão todo dia), tem grupos de estudo presenciais e virtuais, participa de fóruns de discussão, responde emails, dá e recebe dicas, troca materiais/resumos, etc... O camarada já tem vários livros do mesmo assunto, todos devidamente marcados com marca-texto, tem pilhas de resumos, já fez os mesmos exercícios várias vezes, e principalmente: já começou a fazer simulados, pelo menos uma vez a cada 15 dias (embora eu ache que o ideal seja 1 vez por semana). Nesse ponto realmente pouquíssimas pessoas chegam, e são essas pessoas que passam nos concursos. 

Se você leu tudo e chegou até aqui, pode achar uma loucura alguém chegar nesse ponto, ou então está tão empolgado e excitado em compreender como é que se chega até aqui, que já pensa em começar a fazer TUDO imediatamente. 

CALMA!

Saiba que cada coisa acontece no seu tempo. Esse processo é uma evolução natural. Claro que ajuda bastante se a gente colocar um "aditivo" pra acelerar esse processo, e acho bastante válido fazer isso, mas tenha consciência de que você pode não conseguir absorver isso de forma tão rápida e automática. De qualquer forma, é totalmente pertinente se colocar metas desafiadoras.

O que fazer neste momento? Ter a maturidade de entender em que fase você realmente está, e como fazer para subir para a fase seguinte, depois para a seguinte, e assim por diante. Você pode até pular as fases, claro, óbvio, mas pense se conseguirá absorver essa mudança radical de uma hora pra outra. Quem tem bastante gás, força de vontade, recursos e determinação vai conseguir pular as etapas muito mais facilmente. Outros precisarão de mais tempo tomando porrada da vida pra aprender que realmente nada se consegue sem esforço. Uma coisa é certa: MIRE A ÚLTIMA FASE, a do CONCURSEIRO COMPROMISSADO. Faça de tudo para chegar a esta etapa, custe o que custar, demore o tempo que demorar. Mas procure-a, cace-a, obstine-se por ela, pois só estando nesta última fase por um bom tempo (1 a 2 anos, no mínimo, e isso considerando uma pessoa mediana, nem muito inteligente nem muito burra) é que você atingirá o sucesso. Não se iluda.

BOA SORTE!

sábado, 16 de novembro de 2013

FIM DA PRIMEIRA ETAPA DO CONCURSO DE ESCRIVÃO DE POLICIA FEDERAL 2013

Estamos amanhã finalmente chegando ao fim da primeira parte do concurso para Escrivão da Policia Federal. 17 meses se passaram desde o lançamento do primeiro edital em Junho de 2012 até agora. O concurso ficou suspenso de Julho de 2012 até Maio de 2013 (10 meses de suspensão), o que deu tempo pra caramba pra estudar e se preparar melhor. Acho que se isto não tivesse acontecido eu estaria hoje sentado nesta cadeira estudando alguma coisa, ao invés de estar escrevendo esse texto. Logo, há males que vêm para o bem. Imagino que muitas pessoas quando souberam da suspensão do concurso se desanimaram, pararam de estudar, ou até mesmo desistiram do concurso. Eu não, eu intensifiquei ainda mais meus estudos, mesmo sem saber quando esse problema seria resolvido. Aproveitei a oportunidade que Deus me deu para me preparar mais ainda para esta difícil prova.

Bem, de lá pra cá tivemos a prova escrita em Julho de 2013, o famigerado TAF em Setembro, o exame médico, teste psicológico, e amanhã finalmente a prova prática de digitação, para encerrar com chave de ouro este primeiro ciclo.

Hoje faltam exatamente 79 dias para o início do curso de formação na Academia Nacional de Polícia em Brasília, e creio que de hoje até lá seja muito importante a preparação física, tanto no condicionamento físico geral, quanto ao treinamento específico das provas do TAF, sem relegar nenhuma modalidade (leia-se: treinar também o salto é importante). Hoje estou correndo muito melhor do que eu corria em Setembro (época do TAF), nadando talvez um pouco pior, e fazendo barras de forma igual. Salto, não faço ideia, pois parei de treinar desde aquela época, mas prometo que vou treinar toda semana até o início da academia. Vou realmente me dedicar a isso, para não correr riscos.

Os próximos passos também devem ser:

1) Pesquisar/comprar os itens do enxoval do curso de formação;

2) Emitir as certidões negativas (como algumas têm validade de 90 dias, então já podem ser emitidas desde já, sem risco de perder a validade - a não ser que o início do curso seja adiado, o que eu acho muito difícil);

3) Separar a documentação necessária para a inscrição no curso de formação.

Parece que no dia 27/11 serão divulgados os resultados do Exame Médico e do teste prático de digitação, se não houver adiamento, é claro. Espero que se houver, não seja mais de 10 dias.