quinta-feira, 11 de outubro de 2012

MAS É SÓ HOJE!

Ontem uma velha amiga minha da época de colégio me ligou. Apesar de casada, sei lá porque, ela queria ir pra night, e me procurou pra saber qual era a boa, e perguntou se eu queria ir com ela, etc. Era uma quarta-feira, meio da semana, e uma night atrapalharia muito meus planos de treino e estudo... Mas fiquei muito tentado. Uma night na quarta-feira atrapalharia a minha aula de quarta-feira no curso, me impediria de treinar na academia à noite depois do curso, e me impossibilitaria de acordar no horário correto para fazer a sessão de fisioterapia no dia seguinte às 9h da manhã. Mas mesmo assim, fiquei tentado, como já disse.

Ainda assim, sugeri a ela que saíssemos na quinta-feira, dia 11, véspera de feriado. Ela falou que queria sair ontem mesmo, mas que tudo bem caso eu não pudesse. No final das contas, ela saiu com alguns amigos, e eu não fui com ela, fiquei em casa, e aproveitei bem o meu dia, acordei cedo hoje, etc. Foi difícil pra caralho resistir à tentação, mas consegui.

Hoje, quinta-feira, é aniversário de uma outra amiga minha. Liguei pra ela pra dar os parabéns, e ela perguntou se eu não queria tomar um chopp hoje pra comemorar. Disse pra ela que até poderia ir, mas sem tomar chopp nenhum, porque amanhã teria que estudar/malhar. Ai o argumento dela foi "mas é só um dia!". Comecei a rir, e ela não entendeu nada. É que toda vez que alguém te chama pra sair e você fala não, e argumenta que tem que estudar/malhar no feriado ou no final de semana, a pessoa rebate com alguma coisa do tipo "mas logo hoje, é meu aniversário, poxa!", ou então "é só um dia! você pode estudar no domingo!"... Sempre vai ter alguém puxando a sardinha pro seu lado, tentando te convencer a sair da linha. O foda é que as pessoas não entendem que TODO DIA tem ALGUÉM que quer SAIR/BEBER e me vem com esse argumento de que seu aniversário é só uma vez no ano, que o encontro de 10 anos de formatura do colégio só acontece a cada 10 anos, ou que o seu amigo em comum que mora na China está no Brasil e vai ficar só 3 dias no Rio de Janeiro e quer sair com a galera pra matar as saudades, etc. SEMPRE vai haver um motivo particular específico "aparentemente tranquilo" pra pessoa que argumenta com você, só que essa pessoa não tem a noção de quantas pessoas vêm até você pra dar o mesmo argumento, todos os dias. Seria impossível atender todas as pessoas. Caso contrário, você sairia todo dia pra um happy hour, pra matar umas saudades, pra relaxar, pra tomar um chopp, pra ir pra noitada, pra conhecer uma boate nova, pra não perder uma festa sensacional, pra ir no aniversário de alguém muito importante, pra ajudar um amigo com problemas emocionais que terminou com a namorada e precisa muito da sua ajuda, etc. A todo momento aparece alguma coisa nova pra você incluir na agenda e te afastar dos estudos. 

A grande diferença com relação à administração do tempo entre uma pessoa que já tem um emprego e outra que está estudando pra concurso é que a pessoa que já tem um emprego não detém 100% do controle sobre o seu tempo, por isso é "obrigada" a estar presente no trabalho pelo menos 8 horas por dia, independentemente da sua vontade própria naquele dia, e um concurseiro não. Um concurseiro com preguiça/sono pode muito bem abrir mão de estudar aquelas horas cruciais antes do meio-dia, ou deixar de ir a uma aula chata, ou se mesmo com sono/cansaço conseguir estudar, o fará com menos afinco, e vai render menos.

Em suma, acho que o importante é valorizar o próprio esforço, entender as próprias limitações, as necessidades do dia-a-dia. Sucumbir à tentação dos amigos pra sair, beber, ir a praia, etc é importante. Também é importante resistir à "missões" pontuais que às vezes os nossos familiares imputam à gente, como "dar um pulinho na casa da sua avó pra levar uma coisa pra ela", ou "ajudar a fazer não sei o que lá", etc. Não abra mão do seu tempo de estudo pra fazer coisas para os outros MESMO que você tenha tempo. Cuidado com o gerenciamento do seu tempo, porque pelo fato de você poder mandar e desmandar nele, pode acabar usando-o de forma errada, contra você mesmo.

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