sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

INTELIGÊNCIA VERSUS ESFORÇO


Durante essa minha breve caminhada, até então, no caminho tortuoso dos concursos públicos, uma coisa já deu pra perceber: inteligência por si só não faz ninguém passar em concurso. Claro que ser inteligente ajuda, e muito, porque agiliza o entendimento, e portanto diminui bastante os prazos de aprendizado, torna os ciclos mais curtos. Logo, alguém que é inteligente aprende a mesma matéria em menos tempo, sobrando mais tempo então pra revisar, pra fazer resumos, pra treinar questões de provas antigas, etc.

Mas e o esforço, qual validade tem?

Talvez, no mundo dos concursos, esse aspecto seja ainda mais importante que o da inteligência. Talvez não -- COM CERTEZA. O que faz alguém passar em concurso não é necessariamente sua inteligência, mas sim seu esforço. Quem passa em concurso não é o super inteligente, o gênio, mas sim o esforçado. De nada adianta a pessoa ser possuidora de uma mente brilhante, que tem várias idéias, que raciocina rápido, se ela não tocar no livro pra estudar, se não se dedica a fazer resumos, se não tem "horas de vôo" fazendo provas antigas. Tenho certeza que o outro cara, o esforçado, que tem muito mais horas de estudo (e aqui eu faço uma ênfase na palavra "muito"), tem uma vantagem sobre o inteligente preguiçoso.

Acho que eu já fiz um post sobre alguma coisa relacionada a isso, mas é que esse tema sempre me vem à mente, pois me considero uma pessoa razoavelmente inteligente, um pouco acima da média, digamos. Não sou nenhum gênio não, e eu sei disso, porque tenho alguns exemplos de amigos realmente gênios, pessoas que tem uma capacidade de raciocínio lógico e matemático, interpretação, memória, criatividade incríveis, e eu não chego nem perto deles. Mas de qualquer forma, durante meus anos de estudante no colégio e na faculdade, não me lembro de ter estudado exaustivamente para as provas. Eu praticamente só prestava atenção nas aulas, entendi as conexões lógicas dos temas, e na véspera da prova dava uma rápida revisada, e isso era suficiente pra passar nas provas. 

Isso definitivamente não acontece no concurso público.

Estou, ao longo do tempo, percebendo que tenho preciso necessariamente mudar meu estilo de estudo. Não adianta me gabar de ser inteligente, porque isso não tira nota alta na prova de concurso. "Ir pela lógica" pode até às vezes ajudar a resolver as questões mais fáceis e óbvias, mas não resolve as questões mais "cabeludas". Não adianta ser inteligente e ter um excelente raciocínio lógico quando você vai enfrentar uma prova que não é regida necessariamente pela lógica. Não dá pra deduzir todas as respostas só quando estiver com a bunda sentada na frente da cadeira, tem que ter estudo prévio, discussão, resumo, revisão, treinamento de exercícios. E quem consegue fazer esse trabalho prévio nem sempre é o inteligente preguiçoso, mas o mediano esforçado. Quanto mais esforçado, mais a pessoa com inteligência mediana se destaca do inteligente preguiçoso.

Mas não pense que é fácil para alguém que se considera inteligente, e que nunca fez grandes esforços na vida pra passar em provas de colégio e faculdade, e mesmo pra passar no vestibular, começar a estudar horas e horas todos os dias, com disciplina e foco. É difícil pra caramba fazer essa mudança de paradigma. O que fica dentro da cabeça é o sentimento de "pra que? não preciso estudar tanto". Essa premissa era válida, sim, no colégio e na faculdade, onde as matérias eram infinitamente menores e mais fáceis, mas não vale pra um concurso onde os assuntos são muito mais extensos, detalhados, e o mais importante: não basta fazer a pontuação mínima pra passar de ano, tem que tirar a melhor nota possível, pra ficar muito bem colocado e tentar ter condições de disputar uma vaga.

Imagino que muitas pessoas identifiquem-se com essa minha situação, a de um cara com inteligência acima da média, preguiçoso, que nunca precisou se esforçar muito na vida pra passar numa prova. Mas a realidade mudou, e o concurso público exige muito esforço, disciplina e dedicação, isso tudo traduzido em horas sentado na cadeira estudando. Não tem jeito, esse é o único caminho a ser seguido.

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