domingo, 23 de setembro de 2012

ANALISE INICIAL DA MINHA PROVA DA ANCINE

Hoje foi um dia esquisito. Acordei umas 10h, pois tinha ido dormir tarde, porque tinha ido assistir a luta do UFC entre o Jon Jones e o Vitor Belfort na casa de um amigo. Acordei, tomei meu café... Hoje seria dia de prova da Ancine, que eu iria fazer como um "simulado" pra minha prova da PF, já que alguns assuntos são correlatos. Almocei então em torno de meio-dia, dei uma olhada no edital, preparei minhas coisas e saí de casa. Fui a pé, pois a prova seria numa faculdade a uns 20-30 minutos daqui.

Tentei sair de casa não muito tarde, pois queria ir andando com calma, pra apreciar a paisagem. É que eu adoro o caminho entre minha casa e essa faculdade, pois é um caminho bem parecido com o que eu fazia há mais ou menos 20 anos atrás, quando eu era aluno do CAP/UERJ, que fica no morro do Turano, aqui no Rio de Janeiro. Eu, como sempre, muito ansioso, toda hora apertava o passo, mas me lembrava que tinha saído de casa com antecedência, justamente pra poder ir andando bem devagar, e então desacelerava o passo de novo, e voltava a curtir a paisagem, a brisa, as pessoas na rua, os prédios, os detalhes que eu reconhecia facilmente com minha boa memória fotográfica.

Pois bem, um certo momento fui subindo a Rua do Bispo, quase chegando na esquina da Barão de Itapagipe. Meu colégio ficava mais ou menos nessa região. Então parei ali na esquina, olhei pra porta do colégio (que agora tem outro nome, pois se mudou dali em torno de 94, quando foi expulso pelo tráfico de drogas na favela), olhei pro relógio, ainda nem eram 13h. Achei que dava tempo de fazer uma visitinha. Mas a porta do colégio que dava pra rua estava fechada. Isso não seria um problema, pois talvez a porta que dá para o morro do Turano estivesse aberta. Já tinha subido aquele morro tantas vezes na minha vida, quase que diariamente, de 90 a 94, não achei que seria um problema. E não foi.

Me dirigi à escadaria. Na última vez que estive lá, há uns 10 anos atrás, pra fazer uma visita também, a escadaria ainda era de barro (salvo engano), antes da chegada do Favela-Bairro. Foi a primeira vez que subi aquela escada estando ela coberta por concreto. Fiquei imaginando como a vida daqueles moradores deve ter melhorado de 20 anos pra cá. Mas beleza. 

Fui subindo. Acho que o morro está pacificado, com uma UPP, pois logo vi 2 policiais militares. Nem falei nada, continuei subindo o morrão. A entrada do colégio que dá para o morro fica logo no início da subida. Cheguei lá e o portão estava fechado. Tinha 2 adolescentes na porta, meio que tentando olhar pelo portão. Perguntei se o colégio estava fechado, eles responderam alguma coisa que eu não entendi. Aí eu pedi licença, olhei pela portinhola, e vi uma Policial Militar dentro da guarita, lá dentro. Cumprimentei a autoridade, e perguntei se podia entrar. Ela abriu um sorriso, falou que sim, claro. Abriu o portão de carros, agora eletrônico/automático, e eu entrei. Expliquei pra ela que eu era ex-aluno do CAP, e perguntei se poderia fazer uma visitinha ao colégio, ir até o pátio, tirar umas fotos. Ela não deve ter entendido nada, fez uma cara de quem não entendeu, mas continuou sorrindo, sempre simpática, falou que sim, disse que eu poderia ir ao ginásio, etc e tal.

Entrei no colégio, já emocionado. Algumas crianças jogavam futebol (deviam ser da comunidade, óbvio). O colégio está bem cuidado. Tirei as primeiras fotos. Pedi pra um dos moleques tirar uma foto minha com o colégio ao fundo. Tirei. Depois fui até o final do pátio, tirei várias fotos. Daí vi que a porta do prédio estava aberta, e resolvi entrar. Entrei, vi a porta da secretaria, da sala dos professores, da escada, o elevador. Fui até o refeitório, que está bastante diferente. Aliás, acho que o colégio estava em obras. Enfim. Aproveitei, saquei a camera, comecei a gravar um vídeo pra mostrar pros meus amigos ex-alunos. Filmei o refeitório, os corredores, o saguão do prédio, a escadaria, o pátio, a ex-associação de pais e professores, a escada que desce pro ginásio. Bem legal. Pensei em pedir pra subir e ver as salas de aula, mas achei que o tempo seria curto. Também não desci pro ginásio, mas vi que tinha uma galera jogando futebol lá. Prometi a mim mesmo que da próxima vez vou lá com mais tempo sobrando, pra poder ir nas salas, no teatro, no ginásio, etc. Foi um momento emocionante. Na saída, passei no Buzunga's, cumprimentei o "Seu Joaquim", que está lá há pelo menos 22 anos. Saí pela rua meio bolado, meio emocionado, meio eufórico, com vontade de compartilhar aquelas fotos e vídeos com todos o quanto antes, mas era hora de subir e fazer a prova da ANCINE antes, pois já eram 13h30 quase.

Bem, agora falando da prova. Eram 140 questões, 60 de conhecimentos gerais, 80 de conhecimentos específicos. Cheguei pra fazer a prova e a minha cadeira (era lugar marcado) tinha um tampo ridiculamente pequeno. Pedi pra trocar de cadeira, e eles trocaram. Putz, me fudi mais ainda, a cadeira que me deram tinha uma inclinação negativa das costas, ou seja, eu tinha que ficar curvado pra frente, não dava pra relaxar. Horrível. Fiquei pensando: "putz, acabei de pedir pra trocar de cadeira, vou pedir pra trocar DE NOVO? O cara vai ficar puto, achando que eu sou um chato babaca". Mas por outro lado pensei que eles estão ali trabalhando justamente pra isso, e que eu paguei a inscrição do concurso pra ter acesso a um lugar confortável pra fazer a prova, com ventilação, luz, banheiro, água e suporte no que for necessário. Pois bem, pedi pra trocar a cadeira de novo, aleguei que tinha problema na coluna, e eles trocaram de novo. Agora a cadeira era boa!

Bem, acho que foi a primeira prova de ensino médio que fiz na vida. O nível da galera é bem mais baixo que o normal. Tinha gente FEDENDO na sala. A prova em si não era fácil não, mas o nível da galera tava foda. Nego mal vestido, maltrapilho, fedendo, dormindo em cima da mesa antes de começar a prova, entregando a prova com 1 hora, etc. Mas enfim, isso não quer dizer nada. Só achei o nível esquisito mesmo.

Da parte de conhecimentos gerais, achei português bem tranquilo, só deixei uma em branco. Informática também estava bem fácil, igualmente raciocínio lógico. Mas vou comentar as coisas de uma forma mais geral.

O lance é que eu fiquei meio frustrado porque algumas questões, de Direito Administrativo, Administração Geral e Administração Financeira e Orçamento eu tinha uma vaga lembrança do tema, mas não sabia dizer ao certo qual era a resposta da questão. Alguns temas eu até já havia estudado, mas não lembrava exatamente da resposta. Acho que o que está faltando é uma maior fixação dos temas já estudados, de forma a fazer resumos, e SEMPRE fazer questões sobre o tema, sempre sempre sempre. Nunca mais deixarei de, ao terminar de estudar um tema, fazer um resumo sobre ele logo em seguida, e também fazer questões, do tema em questão ou da matéria em geral, pra refrescar minha memória sobre os temas que mais caem, os assuntos mais cobrados etc. 

Bem, os gabaritos devem ser divulgados a partir das 19h de terça-feira. Assim que sair, farei uma análise detalhada do meu resultado, como sempre faço, pra ver como andam os estudos. Até lá.

2 comentários:

  1. Muito legal seu post. Sou de Salvador e meu dia foi uma Luta: cheguei no Rio (Galeão) às 7 da manhã, e fiquei o dia todo na rua, procurando saber chegar na estrada do Capenha - jacarepaguá. Fui para a estação chamada de Alvorada e de la tive que pegar um Táxi, pois corria risco de perder a prova, pois quando cheguei às 7, resolvi ver o mar de Ipanema e pra quem não mora da cidade, se locomover é muito estranho. rs! Porém, o fato de eu vir aqui comentar no seu post é para reforçar sua ideia do Nível dos candidatos, pensava que era só uma neura da minha cabeça, mas se a ANCINE tive em seu quadro de funcionários as "peças" que eu vi hoje, me desculpa, mas o negócio vai ficar estranho.. rs! (sem preconceitos é claro, pois as aparência enganam, e todos são iguais perante a Lei) abraço e boa sorte pra nós, utilizei uma estratégia de responder só o que eu sabia ( tinha certeza) e arrisquei apenas 13 questões... Vamos ver no que dá. Já voltei pra Salvador, Correria meu dia hoje, ma so Rio continua LIndo! Rafael

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  2. Rafael, também não tenho preconceito, nunca se pode julgar a inteligência pela aparência, mas de fato o nível é diferente (prova de nível médio x nível superior). Além disso, mesmo a pessoa sendo humilde ou pobre, não quer dizer, necessariamente, que seja justificativa pra ter mal cheiro. Esse caso deve ter sido excepcional, mas realmente tinham 2 caras na minha frente, um tava bem mal vestido, e outro era um motoqueiro com uma roupa suja, um dos dois tava fedendo muito, até me atrapalhou durante a prova. Mas, você também mesmo disse, não quer dizer nada, eles podem passar na prova e eu não.

    Sobre as questões em branco, quando acabei a prova eu fiz uma contagem, e tinha deixado 7 na parte básica e 19 na parte de conhecimentos específicos. Aí resolvi dar uma segunda revisada nas questões, pois como a penalidade era só de 0,5 ponto para as erradas (normalmente na CESPE é 1 ponto), dava pra arriscar mais, pois neste caso apenas 2 erradas anulam uma certa (ao invés do normal, que é 1 errada anula uma certa). Aí então resolvi olhar de novo as questões e chutar algumas. Foi aí que reduzi pra algo em torno de 5 questões em branco na parte básica e 10 questões em branco na parte específica, totalizando 15 (número próximo do teu). Vamos torcer agora! Valeu pelos comentários.

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